Pensando o Viver

O lado natural, humano e social de quem pensa o viver, não apenas como um historiador, mas também como um transformador.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A ignorância direciona nossas vidas.

A ignorância direciona nossas vidas, e muitas vezes sequer nos apercebemos disto. Ela atua tão naturalmente que nos passa desapercebido sua força sutil de atuação. Ignorância, não como ofensa, mas sim no seu sentido mais simples e direto, o de ignorar coisas, o de desconhecer. Todos ignoramos muitas coisas. Muitos ignoram as mesmas coisas, outros muitos ignoram coisas diferentes, além do que ignoramos coisas que acreditamos conhecer. Ignorar é algo natural, pois que nos é impossível saber de tudo. Ignorar é sempre um risco, mas ignorar o que pela nossa prepotência, ingenuidade, ou irresponsabilidade, acreditamos saber é pior ainda, pois nos faz agir crentes de que sabemos o que estamos fazendo. Chegamos a este estado de ignorância, o de ignorar (desconhecer) o que acreditamos saber, de diversas formas, uns por catequeses, outros por fanatismo ou preconceitos, outros mais por preguiça ou incapacidade de pensar crítica ou racionalmente, outros ainda por medo, moda, por confiar em pardas autoridades do saber, e mesmo porque estudamos ou pesquisamos em fontes incompetentes. O fato é que ignoramos muitas coisas, entretanto viver é preciso, e vivemos banhados por esta ignorância, em alguns casos por nossa própria ignorância, em outros casos baseado na ignorância dos outros que direta ou indiretamente influenciam ou impactam nosso viver. Desta forma, muitas vezes, agimos ou temos nossa existência direcionada, direta ou indiretamente, pela ignorância.

Eu, você, ele, o motorista do ônibus que nos leva ou traz, o presidente da república, o médico, o nosso melhor amigo, e assim por diante, “temos” nossas ignorâncias, e o estado de caos natural e social da existência sempre estará envolto em alguma ignorância. Desta forma, nossas vidas são, direta ou indiretamente, guiadas ou impactadas, por alguma ignorância. Seria totalmente falacioso crer que poderíamos viver livres de toda e qualquer ignorância, em verdade, sempre ignoraremos algo. Isto não significa dizer que faço apologia de algum ceticismo profundo, de que nada sabemos em verdade. Não, não se trata de pôr em dúvida se sabemos de algo. Entendo claramente que conhecemos e sabemos muitas coisas, mas frente ao muito que existe, sabemos pouco. Sabemos que a gravidade atua, sabemos que comer comida estragada faz mal, sabemos que armas podem matar, sabemos que o fogo queima e sabemos muito mais ainda. Podemos não saber em sua completude, como e porque a gravidade atua, como e porque comida estragada faz mal, como e porque precisamos beber agua, mas tenho a certeza que sabemos muitas coisas, mas mesmo assim existem uma infinidade de coisas que não sabemos, ou que acreditamos saber mas que na verdade não sabemos.

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