Pensando o Viver

O lado natural, humano e social de quem pensa o viver, não apenas como um historiador, mas também como um transformador.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Moral, imoral e amoral – Racional, irracional e “arracional”

Alguns atos e comportamentos dignificam a existência da vida e somam socialmente, humanizando nossa existência individual e coletiva, e os qualificamos como atos morais, outros atos e comportamentos desonram nossa existência, segregam nossa sociedade, ofendem nossa dignidade pessoal e social, nos fazendo muitas vezes bestas sem controle, a estes os chamamos de imorais, mas a grande maioria dos atos e comportamentos são neutros quanto ao alcance e ao compromisso humano e social, a estes os podemos chamar de amorais.


O homem como um todo não é absolutamente moral, ou totalmente imoral, ele flutua entre estes dois estremos, até mesmo porque ele não é, ele se constrói e é construído, e desta forma existem seres humanos que pautam suas vidas, na busca de uma existência mais ética e moral, enquanto outros acabam levando uma vida mais sem moral. O que me choca é que por inação, falta de ousadia e vontade, a maioria dos seres humanos parece levar suas vidas, sem a responsabilidade social e humana que ela merece, esquecendo-se muitas vezes que a inação e o descompromisso, são, muitas vezes comportamentos desumanos por si só, como se fosse possível ser amoral em todos os comportamentos e em todas as atitudes. Desta forma existem três diferentes palavras, para três diferentes estados, moral, imoral e amoral.

Utilizando-me de uma ideia defendida pelo grande Saramago, a quem humildemente ouso comentar com outras palavras, percebo que em nossa língua falta uma palavra para definir um enorme grupo de seres humanos. Nossa língua possui uma palavra, “racional”, para definir aqueles que buscam agir de forma crítica, com algum ceticismo, e que se utilizam de análise lógica e consequente em suas vidas. Possui outra palavra, “irracional”, para aqueles que agem de forma contrária aos conceitos críticos, que mesmo conhecendo verdades científicas agem conforme dogmas, cultura e rituais, conforme desejo de doutrinas ou entidades que ignoram todas e quaisquer verdades que sejam contrárias aos seus interesses. Infelizmente existem muitos de nós, eu poderia dizer que acabam sendo a maioria, que por ignorância, displicência, descaso, ou fraqueza, agem sem compromisso, bom ou mau, e são assim seres “arracionais” – palavra esta que não existe em nossa língua, sendo assim, estas pessoas são mera massa de manobra dos interesses estabelecidos, sendo frutos da ignorância, são cegos de bons olhos, que não conseguem ver o que poderia ser facilmente percebido.

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